Estimulação Cerebral Profunda recupera qualidade de vida de paciente com distonia
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Publicado em: 23/06/23
Após enfrentar longos anos de tratamento para a distonia, o jovem Lucas Ribeiro Campos viu sua rotina ser normalizada e voltou a fazer planos para o futuro
"Daqui para frente, quero voltar a ter uma vida social, continuar a faculdade, trabalhar novamente e tantas outras coisas!". Esses objetivos podem parecer comuns, mas têm um o sabor de conquista especial para o jovem Lucas Ribeiro Campos. Ele teve de lidar com os limites impostos pela distonia dos 7 aos 24 anos até que, finalmente, realizou o procedimento de implante do dispositivo para Estimulação Cerebral Profunda (ECP). Ao dizer "vejo um novo começo para mim", esperança e expectativa nascem no olhar de Lucas.
A distonia, doença que retardou a realização dos sonhos de Lucas, é um distúrbio neurológico dos movimentos caracterizado por contrações involuntárias dos músculos, que levam certas partes do corpo a executar movimentos repetitivos de torção ou a permanecerem em posições dolorosas. Um dos tratamentos para distonia é a terapia de ECP, na qual é implantado no cérebro um dispositivo (parecido com um marca-passo cardíaco), para fornecer estimulação elétrica a regiões específicas.
O médico e neurocirurgião Luiz Gustavo Peixoto relata que, no caso de Lucas, após longos anos de tratamentos, os remédios não atendiam mais sua necessidade. Através da ECP são enviados continuamente estímulos elétricos que modulam os estímulos alterados dos cérebros . os quais bloqueiam os sinais que causam os sintomas motores incapacitantes da distonia, conforme explica o neurocirurgião. "Após a cirurgia para implantação do dispositivo são feitos ajustes até que se obtenha o resultado satisfatório. Os ajustes são feitos no consultório, sem a necessidade de novos procedimentos invasivos", afirma dr. Luiz Gustavo Peixoto.
Antes do procedimento, Lucas não conseguia mais sentar, andava com muita dificuldade, tinha fortes dores e não conseguia se alimentar bem por ter contração abdominal. Menos de 30 dias após iniciar a ECP, já era possível fazer tudo isso. "Valeu muito a pena passar pela cirurgia e começar a ECP, pois tenho minha vida de volta. Mesmo sendo um procedimento invasivo, não me arrependo nenhum minuto", avalia.
Quando indagado sobre seu futuro, Lucas conta que pretende terminar o curso de Biologia e ajudar outras pessoas que também sofram com distonia. "Se pudesse deixar um recado para os pacientes que lidam com a distonia, eu diria para nunca desistir e acreditar que sempre haverá uma solução; assim como houve para mim".